Wladimir Gramacho
As últimas pesquisas sugerem que Jair Bolsonaro (PL) chegou ao seu teto de votos no 1º turno? Lula (PT), afinal, vencerá o 2º turno? Há espaço para um 3º nome nessa disputa? A pouco mais de 5 meses das eleições, não faltam incertezas sobre o que está por vir na campanha presidencial de 2022. Uma boa referência para responder a essas questões são os especialistas em pesquisas eleitorais. Uma referência ainda melhor são os analistas e os dados que esses especialistas levam mais em consideração na hora de descrever o cenário eleitoral e indicar tendências no voto.
Nos últimos dias perguntei a 10 dos melhores especialistas em pesquisas eleitorais quais eram as duas empresas de pesquisa e os 2 analistas em que mais confiavam –sem citarem a si mesmos ou suas empresas. Usei uma estratégia de bola-de-neve (snowball sampling), procurando ouvir pessoas citadas como referências.
O resultado produziu uma lista com nomes de 14 especialistas e 8 empresas. Não são os únicos, naturalmente, mas essa é uma boa lista para levar em conta ao acompanhar as eleições deste ano.
Entre os analistas, os únicos a terem 2 votos foram o sociólogo Antonio Lavareda, o economista Mauricio Moura e o jornalista e ex-ministro Thomas Traumann. Com perspectivas e repertórios analíticos diferentes, Lavareda, Moura e Traumann têm acompanhado e analisado a gênese e os altos e baixos na popularidade do presidente e seus adversários nos últimos anos.
Outros nomes na lista foram os cientistas políticos Felipe Nunes, Jairo Nicolau e Rubens Figueiredo, o estatístico Neale El-Dash, os economistas Maurício Romão e Bruno Carazza, o sociólogo Mauro Paulino e os jornalistas Bruno Boghossian, Cristian Klein, Fábio Zambeli e Natuza Nery.
Já entre as empresas de pesquisa, a mais citada foi o Datafolha, mencionado por 7 dos 10 especialistas. Fundado em 1983, ainda antes da redemocratização do país, o Datafolha herdou sozinho –até aqui– o espaço de reputação que antes era ocupado também pelo Ibope, extinto em 2021.
Também tiveram destaque, com 3 votos, o Ipec (formado justamente por executivos oriundos do Ibope) e a Quaest Consultoria e Pesquisa. Com 2 votos apareceram a FSB Pesquisa e o Ipespe. Completaram as referências Ideia Big Data, Ipsos e PoderData.
Para quem quer ou precisa acompanhar estas eleições passo-a-passo e antecipar o comportamento do eleitorado, essa é boa lista de referências. Para quem tem menos tempo, uma alternativa é seguir os agregadores de pesquisas eleitorais, como estes do PoderData ou do PollingData. Boa leitura!
Este artigo foi publicado em 26 de abril de 2022 no Poder360