Amanda Ávila
Pesquisadora Associada
Dentre toda a bebida alcoólica consumida no Brasil, a cerveja representa 60% e o Brasil hoje é o terceiro maior produtor da bebida no mundo. Recentemente, Paulo Guedes, ministro da Economia, propôs um aumento de tributação sobre produtos prejudiciais à saúde, dentre eles a cerveja. A proposta foi barrada pelo presidente, mas teve adeptos na sociedade e na política.
São muitas as vertentes que envolvem o consumo de cerveja e a decisão do consumidor por uma ou outra marca. O valor monetário é um desses fatores que permeiam a decisão do público, e foi essa a variável que referenciou a proposta de Guedes, que afetaria a vida social da população e a própria iniciativa privada.
Mas esse não é o único valor que pode ser atribuído a uma cerveja, e não, não estou me referindo ao álcool. No estudo "Como o brasileiro escolhe sua cerveja? Um teste experimental sobre nomes e identidades visuais das marcas Skol e Brahma", analisei o efeito da mudança de nomes e identidades visuais associados a essas marcas sobre a intenção de consumi-las.
Os testes, com 469 brasileiros, mostraram que, para essas duas marcas e nas condições deste estudo, modificar a identidade visual das latas de cerveja aumenta a intenção de consumo do público - que talvez pense ser uma renovação de marca -; mas quando se modifica o nome e se mantém a identidade visual dela, a intenção de consumo cai - já que se pode pensar ser uma versão falsificada da cerveja. Portanto, se mudar a identidade visual pode gerar um aumento nas vendas, trocar o nome pode dar é uma ressaca.
Confira a pesquisa na íntegra aqui.